Arquivo da categoria: Geografia

Transposição peca na revitalização do rio São Francisco, apontam especialistas

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Obras do eixo leste da transposição do rio São Francisco

A chegada das águas do rio São Francisco ao semiárido paraibano, nesta sexta-feira (10), marca a conclusão do eixo leste da transposição e contará com a presença do presidente Michel Temer. Mas o final da tão esperada obra no semiárido nordestino não encerra as polêmicas geradas pelo projeto, que custou R$ 10 bilhões.

Segundo especialistas, ficaram marcas na região ao serem deixadas de lado a revitalização do rio –que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ao bancar a obra– e a negociação com comunidades afetadas. “Nós queremos revitalizar, recuperar as margens, as matas ciliares, fazer saneamento básico nas cidades para que não joguem dejetos no São Francisco, e começamos fazendo isso”, disse Lula, em 2009, durante o programa “Café com o Presidente”, em outubro de 2009.

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Artigo: A geografia é necessária ao jovem cidadão?

Ensino é fundamental para o desenvolvimento da capacidade perceptiva autônoma

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por Jorge Xavier da Silva*

Em termos diretos, sem rodeios, a geografia é a ciência da localização. Qualquer característica que se apresente no habitat natural do homem pode ser localizada, com maior ou menor precisão. Um exemplo didático, doméstico e de tom trivial, porém, é revelador da generalidade desta afirmação: sem saber onde está a manteiga, não se pode galantear o pão com sua presença. Generalizando, pode ser afirmada a absoluta necessidade de conhecer, a todo momento, a localização de numerosos elementos e condições ambientais. Esse conhecimento pode ser constituído, quando necessário, por constatações de frequências de incidência, normalmente utilizadas em conjunto para definir ambientes de interesse. Climas, relevos, solos e vegetação podem, sob essa perspectiva integradora, identificar os diversos ambientes de comportamento estável e rotineiro ou, pelo contrário, catastrófico e imprevisível, que interessem e garantam a presença do homem. Este conhecimento, é fácil imaginar, é a pedra de toque para a utilização e compreensão dominadora da realidade em que vivemos, em qualquer nível de detalhe: interplanetário, mundial, continental, nacional, estadual, municipal, local e doméstico, nos âmbitos espaciais; o mesmo ocorre nos âmbitos cronológicos diário, semanal, mensal, anual ou secular, geralmente agregando conjuntos representativos de comportamentos cíclicos senoidais.

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Elza Goersch – 2º Ano – Mundo entre Guerras

Material para prova parcial do 2º Ano (1º período).

Mundo entre Guerras

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Páginas correspondentes no livro didático: 11 a 28

© Copyright Prof. Henrique D. F. Souza

Inge Lehmann é homenageada em Doodle por 127º aniversário

Cientista revolucionou o estudo da sismologia, catalogando a consistência do núcleo do Planeta Terra

A sismologista dinarmaquesa Inge Lehmann é homenageada nesta quarta-feira do Doodle na página de pesquisas do Google. Responsável pela descoberta da consistência do núcleo da Terra, Lehmann afirmou, por meio de análises em dados sísmicos, que a Terra não era constituída apenas por material fundido e que continha um núcleo com propriedades físicas diferentes do núcleo externo.

 Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
O Doodle de hoje é uma imagem animada, mostrando o Planeta Terra girando, com destaque especial para seu núcleo, tema de tantos trabalhos desenvolvidos por Inge Lehmann.

No ano de 1936, ela publicou o trabalho científico que a descartaria na história da geofísica. Lehmann foi a primeira a interpretar a chegada das ondas P que inexplicavelmente aparecem no espectro das ondas P no núcleo da Terra como reflexões provocadas por um núcleo interior, sugerindo a existência de uma, até então desconhecida, descontinuidade na estrutura sísmica da Terra, correspondente a uma região que dividiria o núcleo terrestre em duas partes distintas: uma interna e outra externa.

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A estreita relação entre Geografia e Astronomia

Navegando pelas estrelas

i166230É difícil não citar algo que resvale, ainda que levemente, na Geografia, quando falamos em estudos astronômicos. A Astronomia é uma disciplina que contempla concomitantemente a observação do céu, de seus elementos e sua modelização, baseando-se na quantitatização. A Geografia, por sua vez, envolve-se com a observação e descrição de uma região ou uma paisagem e enxerga também o modelo generalizado que pode ser construído como análise.
A Astronomia é tida como uma ciência puramente exata e quantificada. Porém, é sabido que as ciências humanas (como a Geografia) muito influenciaram na gênese dessa disciplina — basta lembrar do homem ainda na Pré-História ou durante o Renascimento. O Professor Dr. Augusto Daminelli, chefe do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP (IAGUSP) e representante do Brasil para o Ano Internacional da Astronomia (IYA2009), explica que Geografia e Astronomia sempre estiveram (e ainda estão) intimamente ligadas: “As atividades mais importantes da Astronomia sempre foram exatas, ou seja; envolveram quantificação: medições em graus, minutos e segundos, em hora e anos, em magnitudes de estrelas, em distâncias etc.

Mesmo assim, não existe Geografia sem Astronomia. Todos os povos primitivos, antigos e

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O gnômon é a parte do relógio solar que possibilita a projeção da sombra. Favorino relata que Anaximandro de Mileto foi o inventor do gnômon. No entanto, segundo Heródoto, teriam sido os babilônios: os gregos adquiriram dos babilônios o conhecimento da esfera celeste, do gnômon e das doze partes do dia. Anaximandro de Mileto terá sido assim, possivelmente, apenas o introdutor do gnômon na Grécia. Na China, Shen Kuo melhorou e aferiu o gnômon. O gnômon é a parte do relógio solar que possibilita a projeção da sombra. Favorino relata que Anaximandro de Mileto foi o inventor do gnômon. No entanto, segundo Heródoto, teriam sido os babilônios: os gregos adquiriram dos babilônios o conhecimento da esfera celeste, do gnômon e das doze partes do dia. Anaximandro de Mileto terá sido assim, possivelmente, apenas o introdutor do gnômon na Grécia. Na China, Shen Kuo melhorou e aferiu o gnômon.

modernos usam a sombra de uma vara vertical ( gnômon) para determinar as direções e se orientar. O mapeamento para além da linha do horizonte só pode ser feito apoiando-se nos astros: a elevação do Sol na passagem meridiana, a posição da Lua e das estrelas. Se pegarmos a história da humanidade, veremos que as grandes navegações marítimas (que ampliaram o objeto de estudo geográfico), só puderam ser feitas usando a astronomia, não só as dos séculos XV e XVI, mas também as navegações para a Lua e interplanetárias”.

Daminelli conta ainda que “Em especial, a Astronomia mostrou que não estamos no centro do Universo, como se imaginava na Idade Média, mas vivemos em um espaço sem fronteiras, expandindo- se para todas as direções. Outra grande conquista da humanidade foi mapear o ‘anel do tempo’ e prever o ritmo das estações do ano. Isso deu sucesso à agricultura no Egito e Mesopotâmia, levando a um crescimento da população humana. Com a diminuição do número de horas empregadas para garantir a sobrevivência, criaram-se as vilas e cidades. Nelas ocorreram trocas muito ricas entre as pessoas, criando-se a filosofia, a matemática, as artes”.

Ele continua, destacando a importância da relação, “A agricultura se fez com um olho voltado para o chão e outro para o céu. O estudo da Lua levou a uma infinidade de produtos materiais e ferramentas teóricas. Só para citar uma delas: para determinar a força da Terra sobre a Lua, Isaac Newton teve que inventar um novo tipo de cálculo: o cáculo integral e diferencial. Ele é ferramenta básica de todo o engenheiro, para construir prédios, pontes, barragens etc. A ida à Lua produziu ainda uma Revolução industrial: miniaturização de computadores, melhoria de telecomunicações, satélites de supervisão ambiental, processamento de alimentos. Uma fração apreciável do PIB (Produto Interno Bruto) da humanidade está direta ou indiretamente ligada à ida à Lua”.

O mapeamento para além da linha do horizonte só pode ser feito apoiando-se nos astros: a elevação do Sol na passagem meridiana, a posição da Lua e das estrelas.

O professor prossegue, destacando que o impacto foi tão grande que nos levou à atual Era Espacial: “O estudo da luz das estrelas levou à descoberta do quarto estado da matéria: o plasma. Os diagnósticos da luz, derivados de técnicas astronômicas, são amplamente usados na indústria, para medir temperaturas elevadas e para determinar composições químicas. O estudo do interior do Sol, há quase um século, levou à descoberta da fusão nuclear do hidrogênio. A partir daí, se conseguiu reproduzi-la na Terra, primeiro como bomba H, e depois como fonte de energia controlada, que num futuro, não muito distante poderá ser a fonte de energia de nossa civilização”

Esta é a revolução que o Ano Internacional da Astronomia, comemorado em 2009, trouxe aos cidadãos: redescobrir nossas ligações com o Universo e crescer interiormente ao entrar em contato com essa realidade maior que envolve nosso cotidiano.

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