Arquivo da categoria: Mares

Nível do mar está aumentando mais rapidamente, diz estudo

 Imagem mostra alguns locais com geleiras e calotas de gelo no leste da Groenlândia e no fundo camada de gelo (em cima à direita). A foto mostra a área onde o gelo já derreteu devido ao aquecimento global
Imagem mostra alguns locais com geleiras e calotas de gelo no leste da Groenlândia e no fundo camada de gelo (em cima à direita). A foto mostra a área onde o gelo já derreteu devido ao aquecimento global. Foto: Frank Paul/Science

A elevação do nível do mar em todo o mundo acelerou ao longo da última década, ao contrário do que indicavam estimativas anteriores – é o que aponta um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista Nature Climate Change.

Estudos precedentes baseados em dados de satélite mostraram que a alta do nível dos oceanos nos últimos dez anos tinha desacelerado com relação à década anterior.

Continuar lendo Nível do mar está aumentando mais rapidamente, diz estudo

Aumento do nível do mar se acelerou na última década, diz estudo

Pessoa mergulha no mar nas ilhas Seychelles, arquipélago do oceano Índico
Pessoa mergulha no mar nas ilhas Seychelles, arquipélago do oceano Índico

O aumento do nível do mar se acelerou nos últimos dez anos em comparação com décadas anteriores, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira (11) na revista “Nature”.

O estudo contradiz as estimativas e as previsões de outras pesquisas, que indicavam que o crescimento do nível das águas foi menor na última década se comparado aos anos anteriores.

Ao calcular outra vez o crescimento do nível mar, os cientistas descobriram que entre 1993 e 1999 ele foi menor do que o divulgado em outros estudos e tiveram que ajustá-lo entre 0,9 e 1,5 milímetro menos. Isto representa que, embora o avanço do mar tenha sido ligeiramente inferior ao publicado no passado, o crescimento acelerou nos últimos anos, comparado as últimas décadas do século 20, como demonstram os ajustes feitos nos dados.

A pesquisa destaca que os estudos prévios baseados em dados de satélite não levaram em conta o movimento do terreno vertical (VLM) ao calcular o aumento do nível do mar. A equipe da Universidade de Tasmânia, na Austrália, liderada por Christopher Watson, utilizou dados do sistema de posicionamento global (GPS) combinados a dados provenientes de marégrafos distribuídos pelos oceanos. Esta técnica permitiu aos pesquisadores identificar e corrigir erros nas medições para obter uma variação do nível dos oceanos mais próxima à realidade.

Os autores do estudo ressaltam que é “razoável” pensar que esta aceleração no crescimento do nível do mar se deve ao degelo da Antártida e da zona da Groenlândia, como também demonstraram recentes estudos.

© Copyright EFE / UOL

Projeto do PCJ de R$ 6,1 bi quer usar água do mar para aliviar o Cantareira

Estudo do consórcio prevê usina de dessalinização em Bertioga e adutoras.
Bombeamento seria com energia eólica; Sabesp diz que ideia é ‘inviável’.

O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) divulgou nesta sexta-feira (7) um projeto que prevê a dessalinização de água do mar como opção para a crise hídrica do Sistema Cantareira, das Bacias PCJ e do Alto Tietê. A proposta calcula um gasto de R$ 6,1 bilhões para aumendar a oferta de água tanto na capital como no interior do estado de São Paulo.

Para tal, seria necessária a implantação de uma usina em Bertioga (SP) e a construção de adutoras que fariam o transporte até o Reservatório Jaguari/Jacareí do Cantareira. O projeto já foi entregue à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Em nota, a companhia classicou a ideia como “inviável”.

A equipe técnica do PCJ estudou cinco alternativas de traçados para trazer a água do mar para a região da cabeceira da Bacia do Rio Piracicaba, sendo o mais viável o que faria a captação em Bertioga, por ser o trajeto mais curto, com 99,9 km de adutoras. No entanto, há um desnível a ser superado por meio de bombeamento de no mínimo 663 metros de altitude para chegar à região do Sistema Cantareira, segundo o consórcio.

A opção por lançar a água dessalinizada no sistema Jaguari/Jacareí permitiria manter de forma artificial o sistema com no mínimo 80% de sua capacidade em tempo integral. Dessa forma, de acordo com o estudo, o espaço útil de 20% seria respeitado como reserva estratégica de volume de espera. Na prática, essa reserva acumularia água de chuvas no período de grandes precipitações no verão, evitando inundações nas barragens.

Energia eólica
O secretário executivo da entidade e coordenador do projeto, Francisco Lahóz, disse que a energia necessária para o bombeamento dessa água poderia ser obtida com a implantação de usinas eólicas, o que evitaria a sobrecarga do sistema elétrico convencional.

“Além de ser uma obra essencial para a ampliação da oferta de água para salvar as duas principais regiões econômicas do Brasil, estamos preocupados com a minimização dos impactos ambientais. O uso de energia eólica é favorecido pelas correntes de ventos litorâneas”, comentou.

Crise de água em São Paulo gera debate sobre formas de captação (Foto: Luis Moura/Estadão Conteúdo)

Aquífero Guarani
Lahóz disse ao G1 que a ideia de “puxar” água do mar seria melhor do que um eventual uso das reservas do Aquífero Guarani, que chegou a ser cogitado pelo governo estadual. “A disponibilidade hídrica nos oceanos é muito maior. E o aquífero não é a ‘8ª maravilha do mundo’, como todos pensam, pois a água dele água não é uniforme. Há pontos com altos índice de cálcio, magnésio, flúor e enxofre. Em certos locais até mesmo a dessalinização é necessária”, citou.

O estudo do PCJ aponta duas tecnologias de dessalinização: por osmose reversa, que já é utilizada em Israel, e a de evaporação. De acordo com a equipe técnica, as duas formas são eficientes, mas ainda carecem de estudos mais detalhados de viabilidade técnica e econômica de acordo com a realidade da região que será beneficiada.

O conteúdo do estudo foi enviado há 15 dias para a direção técnica da Sabesp, operadora do Sistema Cantareira. Segundo o PCJ, o órgão respondeu ao ofício de encaminhamento dizendo que o projeto estava sendo analisado. O projeto também será enviado a todos os municípios e empresas associados ao consórcio.

Sabesp
Em nota, a Sabesp informou já ter realizado alguns estudos de dessalinização. “Porém, os custos de implantação e de operação se mostraram elevados para os parâmetros operacionais da companhia”, citou.

“Outro fator que contribuiu para demonstrar a inviabilidade do projeto é a característica geográfica da Serra do Mar. A água precisaria ser bombeada para 800m de altura, o que tornaria o projeto de difícil aplicação e elevaria ainda mais seu custo”, concluiu o documento.

© Copyright Globo Comunicação e Participações S.A.