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Pequeno satélite brasileiro será lançado da ISS em outubro

O satélite de pequeno porte Serpens (Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites) será lançado da Estação Espacial Internacional (ISS) em outubro
O satélite de pequeno porte Serpens (Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites) será lançado da Estação Espacial Internacional (ISS) em outubro

O satélite de pequeno porte Serpens (Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites) será lançado da Estação Espacial Internacional (ISS) em outubro. A Agência Espacial Japonesa (Jaxa) realizou testes elétricos adicionais pedidos em razão do lançamento ser feito de um veículo espacial com tripulação. O Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), também testou o aparelho. O nanossatélite foi integrado e testado em fevereiro no LIT.

Em órbita, o pequeno satélite testará conceitos simples de recebimento, armazenamento e retransmissão de mensagens por sistema de rádio. O principal objetivo do projeto Serpens é a capacitação de engenheiros e técnicos, além de consolidar os novos cursos de engenharia espacial brasileiros. Participam também do projeto as universidades federais do ABC (Ufabc), de Santa Catarina (UFSC), de Minas Gerais (UFMG) e o Instituto Federal Fluminense (IFF).

O Serpens será transportado para a Jaxa em julho e para a ISS em agosto. Este é o terceiro CubeSat nacional a ser colocado no espaço, sendo o segundo a ser lançado do laboratório espacial. O primeiro foi o Aesp-14, desenvolvido em parceria entre o ITA e o Inpe.

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Jovem de 23 anos será primeiro civil brasileiro a ir ao espaço

O estudante de Engenharia Pedro Henrique Dória Nehme, de Brasília, será o primeiro civil brasileiro a ir ao espaço
O estudante de Engenharia Pedro Henrique Dória Nehme, de Brasília, será o primeiro civil brasileiro a ir ao espaço.

O brasiliense Pedro Nehme, 23, será o segundo brasileiro a ir ao espaço e o primeiro civil do país a viver essa experiência. O estudante de engenharia elétrica da UnB (Universidade de Brasília) fará um voo suborbital a bordo do foguete Lynk Mark 2, no ano que vem.

A nave espacial é desenvolvida pela XCOR Space Expeditions, empresa norte-americana parceira da KLM, companhia aérea holandesa que em 2013 realizou um concurso para escolher um civil e enviá-lo ao espaço em um voo suborbital a bordo do foguete. Nehme ganhou o concurso, sendo escolhido entre 129 mil candidatos.

O desafio da KLM era descobrir em que altura um balão de hélio, lançado da Terra, estouraria. “A inscrição era feita por um site e o pessoal do concurso não forneceu nenhuma informação sobre o balão, ou seja, qual a quantidade de gás, ou o peso da caixa com os sensores, etc.”, explicou o estudante. O balão foi solto no deserto de Nevada (EUA) e estourou em uma altitude próxima ao palpite feito por Pedro Nehme. “Eu fui quem mais se aproximou do ponto em que o balão estourou e ganhei a viagem. Eu realmente não esperava ganhar o concurso. Acredito que o fato de ter trabalhado com isso na Nasa [agência espacial norte-americana] me deu algumas vantagens em relação a outras pessoas”, acrescentou.

Pedro trabalhou no Goddard Space Flight Center, um programa da Nasa, em 2012, enquanto estudava na Catholic University of America, em Washington (EUA), após ganhar uma bolsa no programa Ciência de Fronteiras, do governo federal. Ele conta que trabalhou em um projeto de balão de alta altitude chamado Bettii (balão experimentam com telescópios gêmeos para interferometria infravermelha, em tradução livre). “Esse balão carrega um telescópio a até 40 km de altitude, evitando a parte da atmosfera que acaba absorvendo a porção do infravermelho das luzes que chegam até a Terra. O objetivo principal do projeto é observar e descobrir exoplanetas, em especial planetas que possuem potencial para abrigar vida”, explicou.

O foguete Lynk Mark 2 realizará uma trajetória parabólica e chegará a uma altitude de até 100 quilômetros. O voo terá duração estimada entre 45 e 60 minutos. O veículo espacial partirá e pousará em uma pista, como se fosse um avião.

A missão de Nehme no espaço

O jovem conduzirá experimentos selecionados pelo programa de Microgravidade da AEB (Agência Espacial Brasileira). A seleção para escolha de projetos foi aberta no dia 24 de março. O edital é direcionado a projetos de escolas públicas de educação básica em parceria com instituições de ensino superior. As propostas poderão ser enviadas até 27 de abril. Os experimentos que serão levados ao espaço pelo estudante serão divulgados no dia 2 de maio.

Segundo Nehme, essa é a segunda oportunidade que o Programa Microgravidade disponibiliza para a realização de testes em voos espaciais tripulados. “A primeira foi com o astronauta Marcos Pontes. Acredito que essa é uma das raras oportunidades de realizar pesquisas voltadas para fisiologia humana em um voo espacial. Nesse sentido é uma oportunidade muito importante para a medicina aeroespacial no Brasil. Por outro lado, o desenvolvimento do experimento é realizado por uma escola de educação básica, em parceria com uma universidade, o que pode ser muito inspirador para esses jovens continuarem trabalhando no setor”, acredita.

Rotina de treinamentos

Ir ao espaço não é uma tarefa das mais fáceis. É preciso muita preparação e horas de voo para enfrentar a missão. Por isso, o estudante está participando de vários treinamentos promovidos pela AEB com o objetivo de deixá-lo pronto para o voo e manejar os experimentos selecionados.

No início de março, Pedro foi enviado à Filadélfia, nos Estados Unidos, onde realizou treinos na centrífuga Phoenix do Nastar Center. Em abril, ele irá à Rússia, onde fará testes em situação de gravidade zero, para simular o ambiente de microgravidade. O jovem também fará testes no centro de medicina aeroespacial da FAB (Força Aérea Brasileira) no Rio de Janeiro, onde passará por simulações de falta de oxigênio, ejeção e desorientação espacial. “Não sei se existe um desafio principal no treinamento. Como tudo é novo, é um desafio para mim. Tenho feito o meu melhor para corresponder e aproveitar os treinamentos da melhor forma possível”, afirmou.

Em todas as fases do treinamento, ele será acompanhado por especialistas do SBMA (Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial). “Isso é importante porque não existem muitas pesquisas com pessoas comuns realizando voos espaciais. A pesquisa que irão fazer comigo pode revelar dificuldades relacionadas a pessoas comuns realizando esse tipo de viagem, e que não possuem várias horas de voo em aviação de caça”, explicou.

Projeções futuras

Pedro Nehme se forma este ano no curso de engenharia elétrica da UnB (Universidade de Brasília) e conta que pretende seguir no setor aeroespacial. “Acredito que o Brasil é um país que pode ganhar muito com investimentos nessa área. Ainda falta muito a ser feito, mas vejo isso como um desafio a todos os novos profissionais que estão entrando nessa área agora”, disse.

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Plataformas de gelo da Antártica estão perdendo volume rapidamente

Dados de satélite mostram encolhimento nas últimas duas décadas.

Se ritmo continuar o mesmo, placas poderiam desaparecer em 100 anos.

Foto de arquivo mostra aeronave DC-8, da Nasa, sobrevoando a plataforma de gelo Brunt, em outubro de 2010: observações de satélite revelam declínio das plataformas de gelo da Antártica ao longo dos anos  (Foto: Reuters/Michael Studinger/Nasa)
Foto de arquivo da Reuters mostra aeronave DC-8, da Nasa, sobrevoando a plataforma de gelo Brunt, em outubro de 2010: observações de satélite revelam declínio das plataformas de gelo da Antártica ao longo dos anos (Foto: Reuters/Michael Studinger/Nasa)

As plataformas de gelo que flutuam ao redor da Antártica estão perdendo volume cada vez mais rapidamente, alertou uma equipe de cientistas em um estudo publicado nesta quinta-feira (26) pela revista “Science”.

A pesquisa, feita por especialistas de duas instituições dos Estados Unidos (a Universidade da Califórnia, em San Diego, e o Centro de Pesquisa de Terra e Espaço em Corvallis, no Oregon), ressaltou a preocupação com a rapidez com a elevação do nível global do mar à medida que o clima esquenta.

As plataformas de gelo ao redor da Antártica têm se estreitado aceleradamente nas últimas duas décadas, sobretudo no oeste do continente, mostrou o estudo, que se baseia em dados de satélite recolhidos durante 18 anos.

O manto de gelo da Antártica, a espessa camada de gelo que cobre grande parte do continente, está ancorada por sua franja flutuante, plataformas de gelo que se projetam para fora no oceano. Essas placas agem como um contraforte para o gelo “aterrado”, ajudando a manter o fluxo das geleiras do manto de gelo no oceano.

Perigo de desaparecer
Se essas plataformas de gelo continuarem se estreitando a essa velocidade, poderiam desaparecer, o que faria com que as placas de gelo “aterradas” que sustentam a terra colapsassem no oceano.

As plataformas de gelo que rodeiam a Antártida ajudam a conter a libertação do manto de gelo no oceano.

Este efeito diminui quando as plataformas de gelo ficam mais finas, o que leva a um aumento da descarga de gelo no oceano.

O pesquisador Fernando Paolo e seus companheiros, que combinaram dados de três missões de satélite realizadas entre 1994 e 2012, descobriram que a maior parte da massa perdida era das plataformas de gelo dos mares de Amundsen e de Bellingshausen, no litoral oeste da Antártica.

As duas regiões representam menos de 20% do total da área de plataforma de gelo do oeste da Antártida, mas contribuem para mais de 85% do total do volume de plataforma de gelo perdido nessa zona.

Fim em 100 anos
Ao ritmo atual, duas das plataformas de gelo do litoral oeste poderiam desaparecer completamente em 100 anos, alertou a pesquisa.

O estudo também mostrou que a massa da plataforma de gelo do leste da Antártica cresceu entre 1994 e 2003, embora venha se estreitando rapidamente desde então.

Os dados em que o estudo se baseia foram recolhidos por três missões de satélites com altitudes sobrepostas (ERS1, 1992-1996; ERS2, 1995-2003; e Envisat, 2002-2012) entre 1994 e 2012.

Segundo os pesquisadores, suas conclusões demonstram que estudos anteriores sobre o afinamento das plataformas de gelo que rodeiam a Antártica, baseados em dados de satélite de cinco anos, não foram representativos de tendências mais longas.

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Câmara aprova adesão do Brasil a megatelescópio

 Concepção artística mostra como deve ser o E-ELT no pico do Cerro Armazones, no Chile

Concepção artística mostra como deve ser o E-ELT no pico do Cerro Armazones, no Chile

A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira (19) a adesão do Brasil ao maior consórcio de pesquisas astronômicas  do mundo, o Observatório Europeu do Sul (ESO). A aprovação veio com mais de quatro anos de atraso. O acordo de adesão do país ao grupo foi assinado em dezembro de 2010 pelo então ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende. O projeto segue agora para votação no Senado.

A construção do E-ELT no deserto chileno do Atacama custará cerca de 1 bilhão de euros e as primeiras observações são esperadas para daqui a dez anos. O telescópio, com 39 metros de diâmetro, ficará na cúpula do Monte Armazones, a 20 km do Monte Paranal, onde já está instalado o Telescópio Muito Grande (VLT), da ESO.

O novo aparelho “permitirá a caracterização inicial de exoplanetas com massa similar à da Terra, o estudo de populações estelares em galáxias próximas e observações ultra-sensíveis do universo profundo”, indicou a ESO, que tem sede em Garching, perto de Munique (Alemanha).

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Universidades do Brasil e da Espanha colocarão nanossatélite em órbita

  • O primeiro nanossatélite brasileiro foi construído, em Brasília, pela Agência Espacial Brasileira. O pequeno satélite faz parte do programa Serpens
    O primeiro nanossatélite brasileiro foi construído, em Brasília, pela Agência Espacial Brasileira. O pequeno satélite faz parte do programa Serpens.

O satélite em miniatura “CubeSat Serpens”, desenvolvido em parceria por universidades do Brasil e da Espanha, passará pelos últimos testes no Japão antes de ser colocado em órbita, afirmaram nesta terça-feira fontes da Agência Espacial Brasileira (AEB) à Agência Efe.

O nanossatélite, construído em parceria pela Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade de Vigo, deve ser lançado a partir da Estação Espacial Internacional no segundo semestre de 2015.

Com esse objetivo no horizonte, o equipamento foi enviado no último sábado ao Japão, onde será submetido a uma última bateria de testes da Agência Aeroespacial de Exploração do Japão (Jaxa).

Pesando menos de 3,5 quilos e com uma estrutura em formato de paralelepípedo, o aparelho foi montado no Laboratório de Integração e Testes (LTU) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em São José dos Campos, no estado de São Paulo.

O pequeno satélite levará a bordo um sistema de transmissão e recepção de mensagens por rádio para estudar suas possibilidades tecnológicas.

O projeto faz parte do Sistema Especial para a Realização de Pesquisas e Experimentos com Nanossatélites (Serpens), programa que conta com nove pesquisadores, incluindo três estudantes da Universidade de Vigo.

Além da UnB e da Universidade de Vigo, que conta com a experiência do lançamento dos satélites “Xatcobeo” e “Humsat-D”, participam do projeto diversas instituições do Brasil, dos Estados Unidos e da Itália.

Os CubeSat são um tipo de satélite em miniatura cuja a massa e dimensões são padronizadas. Eles são controlados a partir de estações de acompanhamento universitárias ou radioamadoras.

O lançamento de nanossatélites tem crescido de forma exponencial nos últimos anos. Em 2012, foram lançados pouco mais de uma dezena. O número aumentou para mais de 100 em 2013, ultrapassando a marca de 200 no ano passado.

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FOGUETE BRASILEIRO CONTRIBUI PARA SUCESSO DE MISSÃO CIENTÍFICA

Foguete brasileiro contribui para sucesso de missão científica
Foto: Divulgação/Andoya Space Center – Foguete VS-30/Orion em preparo para lançamento.

Utilizando o foguete de sondagem VS-30/Orion V11, cujo primeiro estágio é um motor brasileiro, a Agência Espacial Europeia (ESA) realizou com sucesso um experimento atmosférico batizado de ICI-4, voltado a investigar os efeitos dos fenômenos da aurora boreal nos sistemas de navegação e comunicação por satélite que atuam sobre a região da América do Norte.

O foguete foi lançado às 23h06 (hora local) de quinta-feira (19) da base de Andoya, na Noruega. Encontrando as causas das interferências, os pesquisadores estão certos de que poderão estabelecer um sistema de previsão de clima espacial mais confiável e reduzir os efeitos sobre as comunicações por satélites.

Ao todo a carga útil transportada foi formada de oito experimentos de responsabilidade de grupos de pesquisa do Japão, Noruega, França e Canadá. O foguete atingiu um apogeu de 364 quilômetros.

A Agência Espacial Brasileira (AEB), o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) são as entidades nacionais envolvidas no evento.

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