Simulações sugerem que o Universo é um holograma

Físicos japoneses apresentam evidências claras de que o cosmos pode ser uma projeção
Fonte da imagem: Nature Simulações sugerem que o Universo é um holograma

 

 

De acordo com uma interessante matéria publicada pela Scientific American, uma equipe de físicos acaba de apresentar evidências claras de que o nosso universo poderia ser apenas uma enorme projeção. A teoria de que o cosmos seria um holograma surgiu no final da década de 90, quando o físico teórico Juan Maldacena propôs um modelo no qual a gravidade seria proveniente de cordas vibrantes de espessuras infinitesimais.

Esse intrincado universo formado por cordas consistiria em nove dimensões do espaço, além de mais uma correspondente ao tempo. Esse cosmos seria como uma enorme projeção holográfica, enquanto toda a ação ocorreria em um universo muito mais simples e plano, desprovido de gravidade.

Apesar de parecer pura maluquice, a teoria de Maldacena de que o universo seria um holograma permitiu solucionar algumas inconsistências entre a física quântica e a teoria da gravidade de Einstein — já que, quando consideramos um buraco negro, as duas teorias entram em conflito —, além de oferecer uma base sólida para a teoria das cordas.

Simulações

Fonte da imagem: Reprodução/ScienceLlama

No entanto, o modelo nunca foi comprovado rigorosamente, e acabou sendo deixado de lado. Até agora. Segundo a matéria, físicos da Universidade Ibaraki, no Japão, apresentaram evidências efetivas de que a hipótese de Maldacena pode estar correta. Primeiro os físicos computaram a energia interna de um buraco negro, a posição exata de seus limites com relação ao resto do Universo — conhecidos como horizonte — e sua entropia.

Além disso, os físicos também computaram outras propriedades, baseadas nas previsões da teoria das cordas, assim como na ação de partículas virtuais, que continuamente aparecem e desaparecem do sistema. Depois, eles calcularam a energia interna correspondente ao cosmos plano e sem gravidade, descobrindo que os cálculos referentes aos dois universos diferentes apresentam resultados semelhantes.

Diferentes mas iguais

Fonte da imagem: Reprodução/ScienceLlama

A descoberta é bem interessante, pois permite testar várias ideias da gravitação quântica e da teoria das cordas. Nenhum dos dois universos explorados pelos japoneses se parece ao nosso, já que o cosmos com o buraco negro conta com dez dimensões, sendo que oito delas formam uma esfera de oito dimensões. O outro cosmos tem apenas uma única dimensão, e suas partículas se organizam de forma que parecem molas conectadas umas às outras.

Os cálculos apontam que a teoria das cordas — com suas 10 dimensões — permite fazer as mesmas previsões que a teoria da física quântica padrão em menos dimensões. Assim, apesar de serem tão diferentes, esses dois cosmos são numericamente idênticos, o que significa que um dia talvez seja possível explicar as propriedades gravitacionais do nosso próprio universo, utilizando para isso um modelo mais simples no que se refere à física quântica.

A Terra tem mais de uma lua? A resposta é sim!

Conhecidos como miniluas, asteroides entram em órbita transformando-se em luas temporárias.
Fonte da imagem: Reprodução/Discovery News A Terra tem mais de uma lua? A resposta é sim!

A informação causa bastante espanto na maioria das pessoas: a Terra não tem apenas uma lua, mas conta com várias. Isso não significa que tudo o que aprendemos na escola esteja completamente errado.

A lua que vemos todas as noites no céu é apenas o maior satélite natural em órbita ao redor de nosso planeta. No entanto, a gravidade da Terra é capaz de atrair centenas de asteroides, transformando-os no que a ciência chama de “miniluas”. Os objetos, no entanto, ficam próximos ao planeta apenas provisoriamente.

Os asteroides são de diversos tamanhos, e estudos mostram que atualmente existem dois deles orbitando o planeta, um do tamanho aproximado de uma máquina de lavar louças e outro com mais de seis metros de diâmetro.

No entanto, de tempos em tempos, astrônomos conseguem observar a aproximação de asteroides com o tamanho comparado a enormes caminhões. Embora a Terra não tenha a gravidade tão forte quanto a de Júpiter, ela também é capaz de transformar estes enormes objetos em satélites naturais sem qualquer risco de colisão.

É exatamente por este motivo que as miniluas atualmente são objetos de cobiça dos pesquisadores. O astrônomo Robert Jedicke, pesquisador da Universidade do Havaí, defendeu esta semana em um encontro no Alabama a proposta de usar telescópios como caçadores destes objetos.

Rota de mini lua é observada Fonte da imagem: Reprodução/EarthSky

Para ele, com a captura dos asteroides, seria possível ter acesso a informações preciosas sobre um dos maiores mistérios da humanidade. “É a pedra de Roseta do sistema solar. Trazer um pedaço de material que nunca foi processado através da atmosfera e que não está em solo terrestre pode significar uma riqueza enorme de informações sobre como o sistema solar se formou”.

No entanto, grande parte das miniluas são muito pequenas, tendo apenas um metro de diâmetro. Isso faz com que seja muito difícil identificá-las em órbita, mesmo com toda a tecnologia atual. Inclusive, a ciência conta com uma categoria para asteroides ainda menores que passam a orbitar a Terra. Eles são chamados de “quase-satélites” e não podem ser considerados como luas secundárias.

Mesmo com estas dificuldades, em entrevista ao Discovery News, o pesquisador da NASA Paul Chodas afirma que os estudos podem se intensificar nos próximos anos. “Há um grande interesse em acompanhar esses objetos temporariamente capturados (TCOs) porque por um curto espaço de tempo eles são facilmente acessíveis tanto para o estudo científico quanto, eventualmente, para a utilização de seus recursos”.