Asteroide provoca explosão equivalente a 15 toneladas de TNT na Lua

Corpo de 330 quilos se chocou contra a região conhecida como Mare Nubium a uma velocidade de mais de 60 mil quilômetros por hora
Fonte da imagem: Reprodução/YouTube (Jm Madiedo) Asteroide provoca explosão equivalente a 15 toneladas de TNT na Lua [vídeo]

Aos interessados em uma boa explosão, eis aqui uma que deixaria a maioria dos filmes de ação corada de vergonha. Em 11 de setembro do ano passado, um asteroide de cerca de 330 quilos se chocou contra a superfície da Lua gerando um brilho intenso e uma explosão equivalente à detonação de 15 toneladas de dinamite (TNT).

Para efeitos de comparação, a alardeada colisão capturada pela NASA ao final do ano passado foi equivalente à detonação de “apenas” 5 toneladas de dinamite. O asteroide se chocou contra uma porção lunar conhecida como Mare Nubium a uma velocidade de mais de 60 mil quilômetros por hora.

O momento foi capturado pelos telescópios controlados por um projeto de monitoramento lunar da Universidade de Huelva, na Espanha. Um estudo sobre o ocorrido deve ser publicado em breve na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Como não possui a proteção de uma atmosfera, o satélite natural da Terra é constantemente alvejado por corpos celestes que se chocam integralmente contra sua superfície — gerando, eventualmente, brilhos e clarões facilmente visíveis com equipamento adequado.

Você consegue imaginar quanto cabe em um ano-luz?

Se pudéssemos transformar um ano-luz em um cubo e preenchê-lo com o que quer que coubesse lá dentro, o que será que aconteceria?
Fonte da imagem: Shutterstock Você consegue imaginar quanto cabe em um ano-luz?

Fraser Cain, do site Universe Today, lançou um desafio complexo e interessante, capaz de confundir nossos cérebros. Em resumo, o que o editor quer nos levar a pensar é quanto caberia em um ano-luz. A explicação e a resposta dessa difícil pergunta estão em um vídeo disponível no canal do site.

Então, vamos ao raciocínio que Cain desenvolve no vídeo: mesmo que o nome possa ser confuso, você provavelmente já sabe que um ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo ao longo de um ano. Com uma velocidade de cerca de 300 mil quilômetros por segundo, isso é mais do que suficiente para ir para bem longe da Terra.

Então, transforme essa distância em um cubo, no qual cada face tem um ano-luz de comprimento. Você consegue imaginar a imensidão do volume criado? Pode ser um tanto quanto confuso, mas agora tente preencher esse espaço e imaginar quanto caberia dentro do cubo. Algum palpite? Cain nos conta que existe uma resposta, mas tudo depende do lugar onde esse cubo gigantesco se encontra.

A imensidão do espaço

Com proporções tão grandiosas, precisamos considerar que o cubo ficará localizado em algum lugar do espaço, que pode ser nos cantos mais desconhecidos da Via Láctea ou nos supervazios que existem entre as galáxias onde quase não há matéria.

Para entender o raciocínio, não temos como escapar da matemática, então vamos começar considerando a densidade média da Via Láctea: são cerca de 100 mil anos-luz de comprimento por mil anos-luz de espessura.

Estima-se que o volume total da nossa galáxia seja de aproximadamente 8 trilhões de anos-luz cúbicos. Já a massa total da Via Láctea é de 6 x 10 a potência de 42 quilogramas. Se dividirmos esse número, chegaremos a 8 x 10 a potência de 29 quilogramas por ano-luz, o que significa que é um 8 seguido de 29 zeros. Isso parece muito para você?

Na verdade, esse número absurdo representa apenas 40% da massa do Sol. Em outras palavras, isso nos indica que existe cerca de 40% da massa do Sol em cada ano-luz cúbico da Via Láctea. Por outro lado, em um metro cúbico existem apenas 950 atogramas, medida que representa um quintilhonésimo de grama, o que é quase a mesma coisa que nada. Para se ter uma ideia, o ar consegue ter mais de um quilo de massa por metro cúbico.

Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Nas regiões mais densas da Via Láctea, como os aglomerados globulares, é possível encontrar estrelas cem ou até mesmo mil vezes mais densas do que a nossa região da galáxia — isso porque as estrelas conseguem se aproximar tanto quanto os raios do Sistema Solar. Mas, nos vastos espaços interestelares, a densidade diminui consideravelmente, tendo apenas algumas poucas centenas de átomos individuais por metro cúbico. Já nos supervazios intergalácticos, o número é ainda menor.

Uma possível conclusão

Então, quanto você diria que cabe em um ano-luz? Fraser Cain acredita que tudo depende da maneira como você vê. No entanto, se espalhássemos toda a matéria (como quem chacoalha um daqueles globos com floquinhos de neve, ilustra ele), a resposta seria bem próxima de nada.

Como você bem deve ter percebido, o assunto é realmente complexo e exige bastante do nosso raciocínio. Por mais que não sejamosfísicos ou astrônomos, o que conseguimos concluir com todos esses cálculos e informações é que nós somos infinitamente menores do que imaginamos e o universo e suas galáxias são de uma magnitude inigualável.