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A Mística região de Wulingyuan – Fonte de inspiração para “Avatar”

A incrível região de Wulingyuan fica na província de Hunan, na China. Foi declarada Património Mundial em 1992 na Área de Interesse Cênico e Histórico. As características geográficas mais notáveis do parque são as suas formações em forma de pilares, que existem por todo o parque, sendo mais de 3.000 e cuja maioria tem mais de 200 metros de altura.

Montanhas da China (1)

No Zhangjiajie National Forest Park, China, são encontradas formações geológicas realmente impressionantes. Elas parecem saídas de um filme de ficção científica, mas, na realidade, foram elas que deram origem à paisagem fantasiosa do filme Avatar – especialmente a montanha de Hallelujah.

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Em Hong Kong, água do mar é usada para dar descarga

 

VASO_SANITARIO_OK_3Uma notícia veiculada na agência de notícias BBC dá conta do que pode ser uma ótima solução para amenizar a crise hídrica nossa de cada dia: há mais de 50 anos Hong Kong utiliza água do mar para dar descarga nos banheiros de 80% da população. Em números isto significa que quase seis milhões de pessoas despejam água retirada do oceano em seus vasos sanitários todos os dias. Água salgada por lá é o que não falta, assim como aqui no Brasil, que tem uma costa litorânea com mais de oito mil quilômetros de extensão.

A ideia surgiu por extrema necessidade. A ilha onde está Hong Kong sofreu durante anos com a falta d’água. As chuvas sempre foram insuficientes para o abastecimento. O subsolo, por sua vez, não tem reservas que dêem conta do consumo de tanta gente. Muita água chega a ser importada da China através de tubulações submarinas.

Então, em 1958 o governo resolveu investir na água do mar. Foram construídas 35 estações de captação e transmissão, além de 1,5 mil quilômetros de tubulações para que a água chegue à  população.

Ela não vem sem algum tratamento, embora não tenha o mesmo cuidado minucioso dedicado à água potável. Depois de retirada do oceano recebe uma filtragem para barrar partículas maiores de detritos. Em seguida são despejadas boas doses de cloro até seguir para os grandes reservatórios.

Os dois tipos de água não se misturam. Chegam às residências por sistemas de encanamento diferentes. Só depois de utilizada nas descargas a água do mar  vai parar no mesmo sistema de esgotos da água doce. Por isso, 25% dos esgotos de Hong Kong é formado por água salgada.

Outra vantagem da descarga de água do mar, de acordo com dados do professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, Chen Guanghao: ela só precisa de metade da energia elétrica usada para o tratamento da água doce potável, dez vezes menos do que no tratamento de água dos esgotos e cem vezes menos que o processo de dessalinização.

Se utilizada em sistemas de ar condicionado – e a água salgada pode ter essa finalidade – precisa de 35% a 50% menos energia para seu resfriamento.

O melhor de tudo: a água salgada é retirada do mar e distribuída às pessoas gratuitamente. Por outro lado, a água doce e potável que os honcongueses (sim, é este o gentílico de quem nasce em Hong Kong) consomem é subsidiada pelo governo. Não sofre aumento de preço desde 1995.

Atualmente cerca de 80% da população de Hong Kong tem seus banheiros abastecidos por água do mar. O governo espera que essa porcentagem suba para 85% ainda este ano.

Não à toa o sistema que funciona em Hong Kong já há meio século recebeu prêmio, em 2001, do Chartered Institution of Water and Environmental Management, entidade britânica que reúne profissionais, cientistas e empresários dedicados ao ambientalismo.

Bem poderia ser adotado no Brasil, principalmente para abastecer, sem grandes investimentos banheiros de cidades litorâneas como o Rio de Janeiro, que já tem escassez hídrica.

Afinal, jogar na privada diariamente litros e litros de água potável – boa até para beber e que está cada vez mais rara – é ou não ou desperdício incabível nos dias atuais?

 

Copyright Afonso Capelas Jr. / Abril

Especialistas defendem uso de água de esgoto tratada para combater crise

No entanto, como medida mais imediata, a economia de água é imprescindível

Em meio à maior crise hídrica registrada no Estado de São Paulo, soluções e paliativos vão surgindo. Segundo o professor Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp (FEC), Edson Aparecido Abdul Nour, o tratamento de esgoto, transformado em água de reuso, não é novidade. O processo já é utilizado para uso em indústrias, lavagem urbana e irrigação. “Geralmente quando se faz isso já tem comprador específico, tanto que a legislação responsabiliza o comprador pelo uso final. É um controle. Em alguns processos na indústria se usa muita água e a água de reuso acaba sendo mais barata do que a do abastecimento normal”, explica o professor.

O professor, especialista em saneamento e meio ambiente, destaca a iniciativa de São Paulo como vantajosa. Para ele é uma questão de saneamento básico, assunto pouco discutido, mas muito necessário em cidades brasileiras. “Em questão de saneamento muita coisa precisa ser feita. Somos extremamente atrasados em termos de resolver o problema do saneamento básico de uma forma geral”, explica.

Segundo ele, o estado de São Paulo ainda sai na frente em algumas iniciativas, mas ainda há um déficit muito grande das estações de tratamento de esgoto. “Então qualquer tipo de ação é importante, é o tipo de política de estado que deveria ter uma postura melhor do governo, não só de São Paulo, mas de outros estados também”.

A nova medida, adotada pelo governo de São Paulo, tem como objetivo diminuir a pressão por demanda hídrica no sistema da Cantareira

 Para o também professor da FEC – Unicamp, especialista em recursos hídricos, Antônio Carlos Zuffo, a atitude imediata, para sanar os problemas resultantes da estiagem, é a economia de água. Segundo ele a situação é crítica. “De imediato agora é a economia de água. É previsto que nessa segunda-feira a primeira parcela do volume morto chegue ao fim, se não chover entre sábado e domingo. O nível da Cantareira tem diminuído 0,11% por dia”, afirma.

Assim como Edson, Zuffo destaca a iniciativa do governo de São Paulo como algo favorável, devido à crise hídrica no estado. “Estamos numa situação onde não temos mais de onde tirar a água, temos que nos adaptar de outra forma. A água de reuso vai entrar na bacia ou não vai ter como atender essa demanda”.

Segundo o professor da Unicamp, o governo de São Paulo pretende lançar na bacia do Rio Guarapiranga a água resultante do esgoto tratado. A intenção é que com essa carga de água tratada a disponibilidade hídrica da bacia aumente, diminuindo a dependência do sistema da Cantareira, que atualmente já está no segundo volume morto para tender a necessidade de abastecimento.

O professor explica que essa água lançada na bacia do Guarapiranga vai ser tratada como é feito normalmente com a água do rio, que abastece a represa de mesmo nome. ” O efluente que hoje é descartado vai para um grande reservatório e lá ele vai passar por uma redução bioquímica e você tem a expectativa de diminuir o lançamento bruto de esgoto, melhorando a situação da qualidade de água do Guarapiranga, melhorando o disponibilidade hídrica”.

Segundo Zuffo, o pior seria continuar com a atual situação de despejo de esgoto bruto. A água de reuso despejada melhora a qualidade da água do rio, que já recebe em algum ponto o esgoto bruto da cidade de São Paulo. “Muitas vezes, nos efluente, o esgoto é jogado na forma bruta e essa água é poluída. Para você falar de reuso, de que a água não pode ter qualidade porque já foi esgoto, o que é feito hoje no Guarapiranga é muito pior, são vários lançamentos de esgoto bruto nas águas. O tratamento dessa água fica muito mais caro, por causa da concentração de fósforo e nitrogênio. Se você faz o tratamento do efluente e essa água é lançada no rio, ela recebe um tratamento terciário e depois essa água é captada para o abastecimento. Isso melhora a qualidade da água”, explica o professor da Unicamp.

Zuffo destaca que a economia de água é uma medida paliativa, porém necessária nesse momento de crise hídrica. “O que dá para aprender com essa crise é que devemos tratar os efluentes desses locais poluídos. Lembrando a população que essas últimas chuvas não vão surtir o efeito desejado. O sistema da Cantareira vai continuar usando o volume morto por enquanto, então as pessoas tem que continuar com a economia de água”. O professor critica também a falta de informação oficial vindo do próprio governo de São Paulo, apesar da iniciativa da construção das estações de tratamento. As campanhas que existem são ou das ONGs ou das redes sociais, não tem nada mais expressivo nesse sentido, vindo de fontes oficiais do governo. A postura é de negação da crise hídrica”.

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Água de esgoto será tratada para consumo em São Paulo

Governador falou sobre a proposta nesta quarta-feira em São Paulo.
Ele disse que esse é o caminho seguido pelas grandes metrópoles.

 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (5) que vai construir uma Estação de Produção de Água de Reuso (EPAR) na Zona Sul de São Paulo, para gerar dois metros cúbicos de água por segundo no abastecimento da represa de Guarapiranga. A obra deve ser entregue em dezembro de 2015.

Seca afeta abastecimento

Segundo o governador, o esgoto será captado na altura da Ponte Transamérica de um emissário que passa margeando o Rio Pinheiros e que hoje vai para a Estação de Tratamento de Barueri. O esgoto será enviado então para essa EPAR, que ficará perto do Autódromo de Interlagos.

“Vamos gerar nessa EPAR dois metros cúbicos por segundo de água de reuso, que tem duplo tratamento. Trata o esgoto e trata novamente para poder se utilizar. Dessa estação EPAR você faz uma adutora e joga água dentro da Guarapiranga. Esse é o grande caminho das grandes metrópoles. Cada ter mais água de reuso “, disse Alckmin.

“Esses dois metros que nós estamos tirando a mais do Guarapiranga serão compensados pela água de reuso”, afirmou o governador. Desde julho, o sistema abastece 4,9 milhões de pessoas na capital e foi uma alternativa encontrada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para diminuir a sobrecarga do Sistema Cantareira durante a crise hídrica.

O diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, afirmou que essa é a primeira estação de água de reuso a ser lançada em manancial. Uma outra alternativa está em planejamento e deve ser construída até 2015.

“Nós temos mais uma alternativa que é aproveitamento de água de reuso da ETE Barueri que esta sendo encaminhado à represa Isolina que produz no Baixo Cotia. Estaremos duplicando a capacidade da ETA Baixo Cotia, que tem capacidade de 1 m³ por segundo. Isso atenderia toda a região Oeste da cidade de São Paulo que hoje é abastecida pelo Sistema Cantareira. A meta é concluir em 2015.”

A Sabesp informou em nota que “tanto a água de reúso devolvida ao manancial quanto a água potável distribuída à população obedecem à legislação existente, de modo a garantir a preservação do meio ambiente e a saúde pública.”

Segundo a Sabesp, primeiro será feito o tratamento do esgoto, cujo produto final é um líquido já despoluído, dentro das normas brasileiras. Depois será realizado o tratamento normal, dado a toda água distribuída.

29 reservatórios
Alckmin anunciou nesta quarta-feira investimentos da Sabesp para aumentar a reservação de água com a construção de 29 novos reservatórios, que ampliarão a capacidade de armazenamento de água em 10% na Região Metropolitana de São Paulo.

O governador apresentou um novo equipamento que permite tratar a água mais rápido e aumentar a produção proveniente do sistema Guarapiranga.

Billings
Outra medida adotada pelo governo de São Paulo há um mês e anunciada nesta quarta pelo governador foi a limitação da vazão da água da represa Billings para a usina hidrelétrica Henry Borden em 6m³/s.

Localizada em Cubatão, a Henry Borden utiliza água da Billings para produzir energia elétrica para a Baixada Santista. Com a limitação da Billings, a represa terá mais água, que será bombeada para a Guarapiranga. Alckmin diz que a medida não afeta a produção de energia para a Baixada e deixou claro que a prioridade é o consumo humano.

“Conseguimos isso há um mês atrás. Com isso a Billings não cai e passa para a Guarapiranga. Henry Borden continua, mas na realidade há que se priorizar o abastecimento da região metropolitana. Quem gera energia lá embaixo é a Emae. Acertamos com o Operador Nacional do Sistema. A Agência Nacional de Águas (ANA) também participou.”

Foto mostra nível baixo de reservatório que integra o Sistema Guarapiranga (Foto: Reprodução TV Globo)
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