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Kepler-452b e o futuro da Terra

Imagine poder observar, de uma distância segura, o futuro longínquo da Terra, daqui a 1 bilhão ou 2 bilhões de anos — um futuro potencialmente fervilhante e inóspito, diga-se de passagem. O satélite Kepler, da Nasa, aparentemente fez algo parecido.

Concepção artística de Kepler-452b, um planeta que pode estar se superaquecendo, algo que aconterá à Terra em mais 1 bilhão de anos (Crédito: SETI Institute)

Ele descobriu um mundo um pouco maior que a Terra, em torno de uma estrela parecida com o Sol, numa órbita similar à que nosso planeta executa. Ou seja, lá, como aqui, uma volta inteira leva um ano para se completar (385 dias, para ser mais exato). A principal diferença: a estrela-mãe lá tem cerca de 6 bilhões de anos — 1,5 bilhão a mais que o Sol.

O exoplaneta, localizado a 1.400 anos-luz daqui, recebeu a designação Kepler-452b, e é uma das mais interessantes descobertas feitas durante a última atualização do catálogo de potenciais exoplanetas do satélite, recém-divulgada pela agência espacial americana.

O Kepler detecta planetas-candidatos observando pequenos eclipses causados pela passagem deles à frente de suas respectivas estrelas. Na última parcial, o catálogo de potenciais exoplanetas contava com 4.175 exemplares. A nova atualização — a primeira a levar em conta o total de dados colhidos pelo Kepler em sua missão original, entre 2009 e 2013 — adicionou cerca de 500 novos objetos.

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Espaçonave movida pela luz solar é lançada com sucesso

LightSail foi pensada pelo astrofísico Carl Sagan na década de 1970 e pode revolucionar a exploração espacial


O foguete Atlas V, da Nasa, decolou da base aérea de Cabo Canaveral, na Flórida, nesta quarta-feira – Divulgação/Sociedade Planetária

A Sociedade Planetária, ONG fundada em 1980 por Carl Sagan, Bruce Murray e Louis Friedman, anunciou o sucesso do lançamento da LightSail, pequena espaçonave do tamanho de um pacote de pão de forma, mas com uma vela solar de 32 metros quadrados e apenas 4,5 micrômetros de espessura. Ela foi enviada ao espaço nesta quarta-feira a bordo de um foguete Atlas V, da Nasa, que decolou da base aérea de Cabo Canaveral, na Flórida, às 12h05, pelo horário de Brasília.

“Manhã perfeita para o lançamento de um foguete. Vamos mudar o mundo!”, escreveu pelo Twitter Bill Nye, diretor executivo da Sociedade Planetária.

Este primeiro teste não levou a espaçonave à altitude suficiente para o funcionamento da vela solar. A ideia era apenas testar a sequência de lançamento e abertura da vela. Um segundo teste, programado para abril do ano que vem, será completo, com lançamento a bordo do Falcon Heavy, da SpaceX. Ela será liberada a uma altitude de 720 quilômetros, o suficiente para escapar da atmosfera terrestre.

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Pequeno satélite brasileiro será lançado da ISS em outubro

O satélite de pequeno porte Serpens (Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites) será lançado da Estação Espacial Internacional (ISS) em outubro
O satélite de pequeno porte Serpens (Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites) será lançado da Estação Espacial Internacional (ISS) em outubro

O satélite de pequeno porte Serpens (Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites) será lançado da Estação Espacial Internacional (ISS) em outubro. A Agência Espacial Japonesa (Jaxa) realizou testes elétricos adicionais pedidos em razão do lançamento ser feito de um veículo espacial com tripulação. O Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), também testou o aparelho. O nanossatélite foi integrado e testado em fevereiro no LIT.

Em órbita, o pequeno satélite testará conceitos simples de recebimento, armazenamento e retransmissão de mensagens por sistema de rádio. O principal objetivo do projeto Serpens é a capacitação de engenheiros e técnicos, além de consolidar os novos cursos de engenharia espacial brasileiros. Participam também do projeto as universidades federais do ABC (Ufabc), de Santa Catarina (UFSC), de Minas Gerais (UFMG) e o Instituto Federal Fluminense (IFF).

O Serpens será transportado para a Jaxa em julho e para a ISS em agosto. Este é o terceiro CubeSat nacional a ser colocado no espaço, sendo o segundo a ser lançado do laboratório espacial. O primeiro foi o Aesp-14, desenvolvido em parceria entre o ITA e o Inpe.

 © Copyright Clube de Astronomia Órion / AEB / UOL

Nave russa não tripulada perde controle e cai em direção à Terra

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Nave russa Progress /Foto: Arquivo

Os operadores de voo russos perderam o controle da Progress, uma nave espacial sem tripulação que abasteceria a Estação Espacial Internacional (ISS) e que agora cairá na Terra, anunciou nesta quarta-feira uma fonte russa.

“Começou a cair”, disse o funcionário, que não quis se identificar.

De acordo com a fonte, os controladores de voo russos tentarão agora restabelecer duas vezes a conexão com a nave de carga, mas com poucas possibilidades de sucesso.

“É impossível saber quando cairá exatamente na Terra, depende de muitos fatores. Mas a queda acontecerá em condições incontroláveis”, explicou.

A Progress M-27M transporta material científico e produtos de primeira necessidade, como água e comida, mas sua perda não representará um problema para os seis astronautas que estão na ISS e que dispõem de vários meses de reserva.

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Missão da Nasa fará espaçonave explodir na superfície de Mercúrio

 

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Ilustração da Universidade Johns Hopkins mostra sonda na órbita do planeta Mercúrio

A sonda espacial Messenger, há quatro anos na órbita de Mercúrio, irá chegar ao fim nesta quinta (30) de um jeito pouco comum.

A espaçonave irá se chocar com o próprio planeta. O impacto do veículo de 500 quilos a uma velocidade de 14 mil km/h deve criar uma cratera com 15 metros de comprimento na superfície de Mercúrio.

Esse “voo suicida” será o último ato da missão, que conseguiu enviar para a Terra informações inéditas sobre o menor planeta do Sistema Solar, apenas um pouco maior do que a Lua.

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Da Estação Espacial, astronauta lança teste de geografia no Twitter

Scott Kelly, da Nasa, postará fotos da Terra para instigar usuários.

Quem acertar primeiro ganhará foto autografada pelo astronauta.

 

O astronauta da Nasa, Scott Kelly, vai desafiar os usuários do Twitter a descobrirem o local da Terra mostrado na foto feita da Estação Espacial Internacional (Foto: Divulgação/Nasa)
O astronauta da Nasa, Scott Kelly, vai desafiar os usuários do Twitter a descobrirem o local da Terra mostrado na foto feita da Estação Espacial Internacional (Foto: Divulgação/Nasa)

O astronauta americano Scott Kelly lançou nesta quarta-feira (22) um teste de geografia no Twitter, no qual publicará semanalmente uma foto capturada da Estação Espacial Internacional para que seus seguidores identifiquem sua localização.

Kelly está passando um ano na estação espacial com o cosmonauta russo Mikhail Kornienko para realizar uma pesquisa sobre como a mente e o corpo humanos aguentam longos períodos no espaço, antes de futuras missões mais longas a Marte nas próximas décadas.

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Cápsula Dragon de SpaceX chega à Estação Espacial Internacional

A cápsula não tripulada Dragon da companhia SpaceX chegou nesta sexta-feira à Estação Espacial Internacional (ISS), transportando alimentos e outros itens para os astronautas em órbita.

A astronauta da Agência Espacial Europeia Samantha Cristoforetti sincronizou a cápsula com o braço robótico da estação no momento em que a ISS se encontrava sobrevoando o norte do Pacífico, leste do Japão, informou a Nasa.

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Sonda da Nasa se prepara para mergulho da morte em Mercúrio

Imagem artística mostra a superfície de mercúrio. A sonda MESSENGER da Nasa circulou o planeta durante os últimos quatro anos e vai dar um "mergulho para a morte" no final de abril, quando ficará sem combustível
Imagem artística mostra a superfície de mercúrio. A sonda MESSENGER da Nasa circulou o planeta durante os últimos quatro anos e vai dar um “mergulho para a morte” no final de abril, quando ficará sem combustível

Uma sonda da Nasa que circulou Mercúrio durante os últimos quatro anos vai dar um mergulho para a morte na superfície do planeta no final de abril, quando ficará sem combustível. A sonda MESSENGER (sigla em inglês para Superfície, Espaço, Ambiente, Geoquímica e Alinhamento de Mercúrio) vai terminar sua corrida, como planejado, por volta de 30 de abril, disse a agência espacial norte-americana.Sua missão foi inicialmente apenas para durar um ano, mas como estava operando bem e retornando dados interessantes e descobertas, os cientistas prolongaram sua vida o máximo que podiam.

A principal descoberta da MESSENGER ocorreu em 2012: uma espessa camada de gelo nas regiões polares de Mercúrio, fornecendo “apoio convincente para a hipótese de que o planeta abriga abundante água congelada e outros materiais voláteis em suas crateras polares permanentemente sombreadas”, segundo a Nasa.

“Pela primeira vez os cientistas começaram a ver claramente um capítulo na história de como os planetas internos, incluindo a Terra, adquiriram água e alguns dos blocos químicos de construção da vida”, explicou a agência em comunicado.

Os cientistas acreditam que o planeta mais próximo do Sol provavelmente obtiveram sua água quando cometas e asteroides voláteis ricos fizeram impacto, em algum momento da História.

A MESSENGER foi lançada em 2004 e viajou por mais de seis anos antes de finalmente começar a orbitar Mercúrio em 18 de março de 2011.

Uma vez que a sonda não tripulada é colocada para fora do propulsor, ela não será mais capaz de lutar contra o impulso para baixo da gravidade do Sol e vai cair, atingindo o planeta a mais de 234,6 km/h no lado do planeta que não dá para a Terra.

Não são esperadas imagens do impacto.

“Pela primeira vez na história temos um conhecimento real sobre o planeta Mercúrio, que nos mostra um mundo fascinante como parte de nosso Sistema Solar diversificado”, disse John Grunsfeld, administrador associado da diretoria de Missões Científicas da Nasa.

Os cientistas vão continuar a analisar os dados obtidos a partir da MESSENGER durante os próximos anos, disse ele.

 

© Copyright Clube de Astronomia Órion /Nasa/JHU APL/Carnegie Institution of Washington / AFP / UOL

Sonda da Nasa se aproxima do inexplorado Plutão

A Nasa (Agência Espacial Americana) publicou nesta quarta-feira (15) a primeira imagem em cores de Plutão e sua lua maior, Caronte, obtida pela sonda New Horizons, que deve chegar ao planeta anão no mês de julho
A Nasa (Agência Espacial Americana) publicou nesta quarta-feira (15) a primeira imagem em cores de Plutão e sua lua maior, Caronte, obtida pela sonda New Horizons, que deve chegar ao planeta anão no mês de julho.

A primeira espaçonave a visitar o distante Plutão, planeta anão que circula nas gélidas periferias do Sistema Solar, ainda está a três meses de distância de uma aproximação, mas já consegue avistar seu destino, de acordo com imagens recém-divulgadas.

A sonda New Horizons decolou da Flórida em janeiro de 2006 para uma jornada de 5 bilhões de quilômetros até a região do Cinturão de Kuiper, localizada além de Netuno.

À época, Plutão ainda era conhecido como o nono planeta do Sistema Solar, mas foi desde então rebaixado ao status de planeta anão, após a descoberta de corpos congelados similares em órbitas elípticas e afastadas ao redor do sol.

A New Horizons vai passar a cerca de 12.500 quilômetros da superfície de Plutão em 14 de julho.

Com um diâmetro de apenas 2.302 quilômetros, aproximadamente dois terços do tamanho da Lua da Terra, Plutão ainda se parece com um pequeno ponto luminoso nas imagens divulgadas pela Nasa na terça-feira.

Até o momento, as fotos possuem mais significado apenas para engenheiros e cientistas. Elas servem como um mapa do caminho para as equipes de controle que ajustam a aproximação da New Horizons.

A espaçonave não tem combustível suficiente para frear o bastante e se colocar em órbita ao redor de Plutão. Em vez disso, assim como nas viagens exploratórias na espaçonave Voyager no fim dos anos 1970 e 1980, a New Horizons vai realizar suas observação apenas de passagem.

“Nossa equipe trabalhou duro para chegar a esse ponto, e agora sabemos que temos apenas uma chance de fazer isso funcionar”, disse a gerente de operações da missão New Horizons e cientista do Laboratório de Física Aplicada da Universidade John Hopkins, Alice Bowman, em comunicado.

Desde que Mike Brown, pesquisador do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, anunciou ter descoberto um corpo rochoso maior e mais distante do que Plutão, os astrônomos passaram a suspeitar do status do nono planeta do Sistema Solar. Mesmo ganhando do diâmetro de Plutão por apenas 20 quilômetros, Eris era menor do que a Lua para ser considerado um planeta, além de estar muito próximo do cinturão de Kuiper. Foi, então, que a União Internacional Astronômica (IAU, na sigla em inglês) acabou com o problema ao criar a nova categoria “planeta-anão” para descrever corpos celestes bastante massivos (o suficiente para que a própria gravidade possa “moldá-lo” em uma forma quase esférica), mas que são menores que Mercúrio e com muitos objetos próximos de sua órbita. Acima, concepção artística compara os tamanhos da Terra e da Lua com os primeiros planetas-anões descritos pela IAU: Ceres, Eris e Plutão Nasa.

 

© Copyright Clube de Astronomia Órion / Reuters / UOL
 

Nasa publica a primeira imagem em cores de Plutão

 A Nasa (Agência Espacial Americana) publicou nesta quarta-feira (15) a primeira imagem em cores de Plutão e sua lua maior, Caronte, obtida pela sonda New Horizons, que deve chegar ao planeta anão no mês de julho
A Nasa (Agência Espacial Americana) publicou nesta quarta-feira (15) a primeira imagem em cores de Plutão e sua lua maior, Caronte, obtida pela sonda New Horizons, que deve chegar ao planeta anão no mês de julho

A Agência Espacial norte-americana (Nasa) publicou nesta quarta-feira (15) a primeira imagem em cores de Plutão e sua lua maior, Caronte, obtida pela sonda New Horizons, que deve chegar ao planeta anão no próximo mês de julho. A imagem, feita no dia 9 de abril de uma distância de cerca de 115 milhões de quilômetros, oferece uma “promissora visão deste sistema”, disse o diretor de Ciência Planetária da Nasa, Jim Green.

A fotografia revela que Caronte é mais escura que Plutão, um contraste que pode dever-se a sua composição diferente, ou também pode ter sido causado por uma atmosfera prévia e não visível de Caronte, explicou Green.

As perguntas que esta primeira imagem deixou no dar devem começar a ser resolvidas em poucos meses, quando a sonda New Horizons chegar a Plutão.

A sonda, de 480 quilos, foi lançada do Cabo Canaveral, na Flórida, no dia 19 de janeiro de 2006 em um foguete Atlas V, e deverá chegar às proximidades do planeta anão, o mais afastado do Sol, em 14 de julho.

 

© Copyright Clube de Astronomia Órion / EFE / UOL

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