Imagine poder observar, de uma distância segura, o futuro longínquo da Terra, daqui a 1 bilhão ou 2 bilhões de anos — um futuro potencialmente fervilhante e inóspito, diga-se de passagem. O satélite Kepler, da Nasa, aparentemente fez algo parecido.
Ele descobriu um mundo um pouco maior que a Terra, em torno de uma estrela parecida com o Sol, numa órbita similar à que nosso planeta executa. Ou seja, lá, como aqui, uma volta inteira leva um ano para se completar (385 dias, para ser mais exato). A principal diferença: a estrela-mãe lá tem cerca de 6 bilhões de anos — 1,5 bilhão a mais que o Sol.
O exoplaneta, localizado a 1.400 anos-luz daqui, recebeu a designação Kepler-452b, e é uma das mais interessantes descobertas feitas durante a última atualização do catálogo de potenciais exoplanetas do satélite, recém-divulgada pela agência espacial americana.
O Kepler detecta planetas-candidatos observando pequenos eclipses causados pela passagem deles à frente de suas respectivas estrelas. Na última parcial, o catálogo de potenciais exoplanetas contava com 4.175 exemplares. A nova atualização — a primeira a levar em conta o total de dados colhidos pelo Kepler em sua missão original, entre 2009 e 2013 — adicionou cerca de 500 novos objetos.