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Transposição peca na revitalização do rio São Francisco, apontam especialistas

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Obras do eixo leste da transposição do rio São Francisco

A chegada das águas do rio São Francisco ao semiárido paraibano, nesta sexta-feira (10), marca a conclusão do eixo leste da transposição e contará com a presença do presidente Michel Temer. Mas o final da tão esperada obra no semiárido nordestino não encerra as polêmicas geradas pelo projeto, que custou R$ 10 bilhões.

Segundo especialistas, ficaram marcas na região ao serem deixadas de lado a revitalização do rio –que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ao bancar a obra– e a negociação com comunidades afetadas. “Nós queremos revitalizar, recuperar as margens, as matas ciliares, fazer saneamento básico nas cidades para que não joguem dejetos no São Francisco, e começamos fazendo isso”, disse Lula, em 2009, durante o programa “Café com o Presidente”, em outubro de 2009.

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Utopia americana na Amazônia

Na floresta amazônica, as ruínas da terra da fantasia de Ford

A selva amazônica já engoliu o campo de golfe Winding Brook. Enchentes arrasaram o cemitério, deixando para trás um monte de cruzes de concreto. O hospital de cem leitos projetado pelo aclamado arquiteto de Detroit Albert Khan foi destruído por saqueadores.

Diante da escala de decadência e decrepitude nesta cidade –fundada em 1928 pelo empresário Henry Ford em paragens longínquas da bacia Amazônica–, eu não esperava encontrar as residências imponentes, muitas delas bem preservadas, na Palm Avenue. Mas lá estavam elas, graças aos invasores.

“Esta rua foi um paraíso dos saqueadores. Os ladrões levaram móveis, maçanetas, tudo o que os americanos deixaram para trás”, disse Expedito Duarte de Brito, 71, um leiteiro aposentado que vive em uma das casas construídas para os gerentes de Ford no que deveria ser uma cidade de plantação utópica. “Eu pensei: ‘Ou eu ocupo este pedaço da história ou ele se somará às outras ruínas de Fordlândia'”, disse Brito.

Bryan Denton/The New York TimesBryan Denton/The New York Times

Habitada por Deuses, Caverna das Ninfas possui lago com água azul-turquesa; Veja fotos

Redescoberta após um terremoto, a Caverna ganhou fama mundial por sua beleza idílica e por já ter sido ‘habitada’ por Deuses Gregos. Localizada na Ilha de Cefalônia, a enorme caverna possui mais de 3,5 mil metros de extensão e águas azuis-turquesa

O primeiro trecho foi premiado com um enorme buraco no teto de onde incide os raios solares sobre a água pintando-a com um intenso azul
O primeiro trecho foi premiado com um enorme buraco no teto de onde incide os raios solares sobre a água pintando-a com um intenso azul – Foto: Jef Jones

A natureza está sempre surpreendendo a todos com sua perfeição e beleza única em locais inimagináveis. Já pensou em unir num só lugar as paradisíacas águas azuis-turquesa do Caribe e o eNo segundo trecho, a luz natural fica mais rara e as estalagmites e estalactites tomam conta da caverna e dão um ar sombrio ao local – Foto: Matt Simsncanto de cavernas milenares que já foram ‘habitadas’ por Deuses Gregos? A região de Melissani, na Grécia, se enquadraria perfeitamente nesta utopia.

Localizada na ilha de Cefalônia, a Caverna Melissani e seu lago interno de mesmo nome encantam turistas com suas águas cristalinas que variam entre o azul-turquesa e o verde-esmeralda. Com 3500 metros de extensão e 40 metros de largura, a caverna é dividida em duas áreas, sendo que a primeira é a mais bela e famosa.

O trecho inicial foi premiado com um enorme buraco no teto de onde incide os raios solares sobre a água pintando-a com um intenso azul. Já no segundo trecho, a luz fica mais rara e as estalagmites e estalactites tomam conta da caverna e dão um ar sombrio ao local. Localizada na área transitória entre as duas grutas existe um antigo altar de oferendas ao Deus Pã que deu origem ao nome popular do local, “Caverna das Ninfas”. Segundo a mitologia grega, as grutas eram habitadas por Deuses e suas belas mulheres que viviam num “paraíso dentro da Terra”.

Este santuário natural foi redescoberto de forma curiosa durante um terremoto na região. Em 1951, o grego John Petrohelos tentava escapar de um forte tremor de terra, porém o chão cedeu durante sua fuga. O que parecia ser um enorme buraco aberto pelo terremoto era na verdade um paraíso escondido no subsolo da ilha.

Por estar localizada próxima ao Mar Adriático, as águas da caverna são salubres e vem da praia ao lado, conhecida como Fridi. Porém, o lençol freático que está abaixo da gruta também alimenta a piscina natural com suas águas doces. Como na caverna é proibido mergulhar por questões ambientais, os passeios são feitos por vários barquinhos de madeira que levam os turistas para um tour dentro das grutas. A visita é feita com uEste santuário natural foi redescoberto de forma curiosa durante um terremoto na região – Foto: Marcus Wardm guia e dura cerca de 2h30.

Este santuário natural foi redescoberto de forma curiosa durante um terremoto na região – Foto: Marcus WardComo chegar
Localizada na baia de Sami, a Caverna Melissani fica nas ilhas Jônicas. O local que possui uma população de 40 mil habitantes tem diversas opções de ligação com a área insular e continental da Grécia.

Partindo de São Paulo rumo a Atenas, os voos são operados pelas companhias internacionais Turkish, TAP, Lufthansa e Combo. As passagens aéreas custam a partir de R$ 2356 com duas escalas.

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Confira fotos da Caverna das Ninfas, na Grécia

Com 3500 metros de extensão e 40 metros de largura, a caverna é dividida em duas áreas, sendo que a primeira é a mais bela e famosa
Com 3500 metros de extensão e 40 metros de largura, a caverna é dividida em duas áreas, sendo que a primeira é a mais bela e famosa – Foto: Michal Kosacky
Redescoberta após um terremoto, a Caverna ganhou fama mundial por sua beleza idílica e por já ter sido habitada por Deuses Gregos
Redescoberta após um terremoto, a Caverna ganhou fama mundial por sua beleza idílica e por já ter sido habitada por Deuses Gregos – Foto: Zolakoma
Como na caverna é proibido mergulhar por questões ambientais, os passeios são feitos por vários barquinhos de madeira que levam os turistas para um tour dentro das grutas
Como na caverna é proibido mergulhar por questões ambientais, os passeios são feitos por vários barquinhos de madeira que levam os turistas para um tour dentro das grutas – Foto: Zolakoma
Por estar localizada próxima ao Mar Adriático, as águas da caverna são salubres e vem da praia ao lado, conhecida como Fridi
Por estar localizada próxima ao Mar Adriático, as águas da caverna são salubres e vem da praia ao lado, conhecida como Fridi – Foto: Marcus Ward
Este santuário natural foi redescoberto de forma curiosa durante um terremoto na região
Este santuário natural foi redescoberto de forma curiosa durante um terremoto na região – Foto: Marcus Ward
Localizada na ilha de Cefalônia, a Caverna Melissani e seu lago interno de mesmo nome encantam turistas com suas águas cristalinas
Localizada na ilha de Cefalônia, a Caverna Melissani e seu lago interno de mesmo nome encantam turistas com suas águas cristalinas – Foto: Jef Jones
No segundo trecho, a luz natural fica mais rara e as estalagmites e estalactites tomam conta da caverna e dão um ar sombrio ao local
No segundo trecho, a luz natural fica mais rara e as estalagmites e estalactites tomam conta da caverna e dão um ar sombrio ao local – Foto: Matt Sims
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Conheça Fordlândia, a cidade construída pela Ford na Amazônia

Ruínas de Fordlândia hoje estão sendo saqueadas (Fonte da imagem: Wikimedia)

Em meio a cerca de 300 mil seringueiras, na Amazônia, é possível encontrar ruínas que parecem ter saído dos subúrbios dos Estados Unidos, com casas pré-fabricadas, cinemas, hospitais e escolas. E, de certa forma, foi isso que aconteceu: no final da década de 20, Henry Ford tentou construir no Brasil uma espécie de Detroit, cidade norte-americana cuja principal indústria é a automobilística. Para isso, Ford contava com um latifúndio de 1 milhão de hectares nas margens do rio Tapajós, a cerca de um dia e meio de viagem de barco de Santarém, no Pará. A “cidade” planejada pelo empresário deveria abrigar milhares de trabalhadores brasileiros e estrangeiros, além de servir como fonte de látex para a produção mundial da companhia. Porém, envolto em muitas dificuldades, o projeto acabou falhando.

(Fonte da imagem: The Henry Ford/Flickr)

Terreno inapropriado e cultura conflitante

O projeto da Fordlândia começou errado. Sem saber que poderia negociar terras diretamente com o governo brasileiro — e consegui-las gratuitamente —, Henry Ford acabou comprando a propriedade de um cafeicultor por cerca de R$ 125 mil nos dias de hoPágina com mais informações fotos: je. Porém, havia um problema: a terra, montanhosa demais, também era inapropriada para o cultivo de seringueira. Mesmo assim, a cidade começou a ser erguida em meio à floresta e o projeto foi sendo estruturado. Madeira, telhas e até mesmo as mudas das seringueiras foram trazidas dos EUA de navio. Pessoas do Brasil todo seguiam para o norte do país na expectativa de um emprego na Fordlândia, mas nem todos eram aceitos, visto que o exame médico era bastante rigoroso. Mesmo assim, muita gente sem experiência foi contratada, o que causou uma espécie de debilidade de mão de obra. A cidade possuía vilas para administradores, com campo de golfe, cinema e piscina, e para funcionários, com estruturas mais modestas. Além disso, ali também ficava um dos melhores hospitais da região e, como se não bastasse, o salário era pago quinzenalmente e em dinheiro, algo muito bom para a época. Mas como dizem, dinheiro não é tudo. Com o passar do tempo, os funcionários começaram a ficar insatisfeitos com regras que, na época, eram muito novas para os trabalhadores, como relógios de ponto, sirenes e regras de comportamento que desmotivavam a permanência no local. Isso gerou uma rotatividade muito grande de funcionários.

“Abaixo ao espinafre!”

Também foi na Fordlândia que aconteceu um protesto curioso. Cansados da alimentação à moda americana, os funcionários se rebelaram e prometeram greve caso a empresa continuasse a servir espinafre com tanta frequência. No lugar do vegetal rico em ferro, os moradores queriam o bom feijão brasileiro, além de peixe e farinha.

Vila dos funcionários de Fordlândia (Fonte da imagem: The Henry Ford/Flickr)

 Praga e mudança de mercado

E apesar de um ou outro momento que indicaram um possível sucesso na empreitada de Ford, o projeto acabou fracassando. Além dos problemas já mencionados, as seringueiras foram afetadas por um fungo que se espalhou rapidamente. Na floresta, as seringueiras existem com mais espaçamento entre elas e, portanto, as doenças não se espalham com essa facilidade. Mas os americanos plantaram as árvores muito próximas uma das outras, de maneira semelhante ao plantio de eucalipto. Além disso, o aparecimento da borracha sintética também atrapalhou os planos da empresa, já que grandes potências começaram a trocar a borracha natural por essa variante. No total, Ford teria gasto cerca de meio bilhão de reais no projeto, que no fim acabou sendo vendido ao governo brasileiro por US$ 250 mil (cerca de R$ 574 mil). Hoje, as instalações sPágina com mais informações fotos: e encontram abandonadas e sofrem saques e desmanches constantes enquanto aguardam o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Para saber mais acesse os seguintes links:

 

Documentário:

Os detalhes desta história fantástica e do que aconteceu com Fordlândia depois do fracasso fordista são contados no excelente documentário Fordlândia, de Marinho Andrade e Daniel Augusto, que está disponível na íntegra no YouTube:
Copyright Prof. Henrique D. F. Souza