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Amazônia absorve menos carbono por morte precoce de árvores, mostra estudo

A capacidade da Floresta Amazônica para absorver gases causadores do efeito estufa diminuiu drasticamente, possivelmente porque a mudança climática e as secas estão fazendo mais árvores morrerem, afirmou uma equipe internacional de cientistas nesta quarta-feira (18).

A maior floresta tropical do mundo vem assimilando grandes quantidades de dióxido de carbono. As plantas usam o gás, que acumula calor, para crescer, e o eliminam quando apodrecem ou queimam, mas o relatório afirma que essa função de compensação do aquecimento global pode estar ameaçada.

O estudo com 321 trechos de partes da Amazônia jamais afetadas por atividades humanas estimou que a quantidade de dióxido de carbono absorvida pela floresta caiu 30 por cento, ou de 2 bilhões de toneladas por ano nos anos 1990 para 1,4 bilhão nos anos 2000.

“O crescimento florestal zerou ao longo da última década”, disse o principal autor do relatório, Roel Brienen, da Universidade de Leeds, à Reuters a respeito das descobertas reveladas no periódico científico Nature. Ao mesmo tempo, “a floresta toda está vivendo mais rápido — as árvores crescem mais rápido, morrem mais rápido”.

“A absorção líquida de carbono de florestas se enfraqueceu significativamente”, comentou sobre o estudo de quase 100 especialistas.

Pela primeira vez, as emissões humanas de carbono na América Latina estão superando as quantidades absorvidas pela Amazônia, informou a Universidade de Leeds em um comunicado à imprensa.

Os cientistas disseram não estar claro se o declínio irá continuar e se a tendência se aplica a outras florestas tropicais, como a bacia do Congo ou a Indonésia.

As descobertas são uma surpresa, já que alguns modelos de computador indicam que as florestas tropicais podem crescer melhor porque o dióxido de carbono emitido pelo uso humano de combustíveis fósseis age como um fertilizante que se dispersa no ar.

O estudo afirma que a morte acentuada de árvores pode estar ligada a secas severas como a de 2005.

Outra possibilidade é que o dióxido de carbono gerado pelo homem está fazendo as árvores crescerem mais rápido e morrerem mais cedo, e que só agora o número maior de mortes está se tornando aparente.

Se a tendência se mantiver, o panorama da Floresta Amazônica pode mudar. As lianas, da família dos cipós, podem ser algumas das beneficiadas, disse Brienen.

Christof Bigler, especialista em florestas do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique, que não participou do estudo, disse que as árvores de crescimento rápido fora dos trópicos muitas vezes também têm um ciclo de vida mais curto.

“As árvores de crescimento rápido tendem a ter uma densidade de raiz menor e podem ser mais vulneráveis a ataques de insetos e patógenos”, afirmou ele à Reuters sobre suas descobertas na Suíça e na América do Norte.

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A “Hora do Planeta” acontece neste mês de março

Hora do Planeta 2015: #UseSeuPoder em 28/03 pelo clima do planeta

Um simples apagar de luzes, mas repleto de significado. No próximo dia 28 de março, milhões de pessoas ao redor do mundo vão desligar as luzes durante uma hora como um chamado para que mais e mais cidadãos do planeta se juntem na luta para combater as mudanças climáticas. É a Hora do Planeta 2015, promovida pela organização WWF Internacional.

Organizada mundialmente desde 2007, no Brasil esta será a 7ª edição da campanha, com o slogan #UseSeuPoder para reverter o aquecimento global. No filme de divulgação da Hora do Planeta 2015 aparecem celebridades como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, e os atores Mark Ruffalo e Emma Thompson.

“Nós somos a primeira geração a sentir o impacto das mudanças climáticas. E a última que pode fazer alguma coisa a respeito”, afirma Obama no vídeo.

Em todos os países que aderirem à campanha, as pessoas são convidadas a apagar as luzes entre 20h30 e 21h30. No ano passado, 144 municípios brasileiros participaram da Hora do Planeta. Durante uma hora, 627 monumentos ficaram no escuro, entre eles, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o Monumento às Bandeiras, em São Paulo, e em Brasília a Esplanada dos Ministérios, o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

No mundo todo, a estimativa do WWF é que mais de um bilhão de pessoas se juntam à iniciativa todos os anos. São 7 mil cidades, em 162 países, unidas pela mesma causa: o clima do planeta.

Não fique de fora deste momento emocionante. São apenas 60 minutos, que representam o futuro sustentável da Terra. Espalhe pelas redes a hashtag #UseSeuPoder e convide amigos e familiares em 28/03 para participar da Hora do Planeta 2015.

Confira abaixo o filme de divulgação da Hora do Planeta 2015, que tem como trilha sonora música da banda inglesa Bastille:

Como as cidades podem participar?
Para participar da Hora do Planeta 2015, as cidades brasileiras devem entrar em contato pelo e-mail cidades@wwf.org.br ou pelo telefone (11) 3061-0121. A partir deste contato, será enviado um Termo de Adesão que deve ser assinado por uma autoridade municipal, formalizando a participação no movimento. Ao realizar seu cadastro, o município também recebe o guia Como Participar – Governos, com dicas para envolver a comunidade e divulgar sua participação em mídias locais – além de recomendações quanto à segurança (como, por exemplo, não apagar a iluminação pública de ruas e avenidas). Todas as cidades brasileiras participantes são citadas em matérias e entrevistas aqui no site e nas redes sociais do WWF.

© Copyright WWF/ Prof. Henrique D. F. Souza

Emissões de CO2 pararam de crescer no mundo

Dados de 2014 mostram que quantidade de gases foi a mesma de 2013. É a primeira desaceleração em 40 anos


Refinaria na Filadélfia. Emissões colaboram para aquecimento global
Foto: SPENCER PLATT / AFP
Refinaria na Filadélfia. Emissões colaboram para aquecimento global- SPENCER PLATT / AFP

O crescimento das emissões de CO2 ficou estagnado ano passado, segundo informações da Agência de Energia Internacional (IEA, na sigla em inglês). Esta é a primeira vez em 40 anos em que houve uma redução ou desaceleração das emissões de gases do efeito estufa sem que este fator não tivesse relacionado a uma recessão econômica.

As emissões globais se mantiveram em 32 gigatoneladas em 2014, mesma quantidade registrada no ano anterior. Dados da IEA sugere que os esforços para mitigar as mudanças climáticas podem ter representado um efeito mais forte do que se pensava sobre as emissões.

Entre as medidas que podem ter contribuído para o quadro, a agência cita a mudança de padrão de consumo de energia na China em 2014. Embora sua matriz energética seja uma das mais poluidoras do mundo, ano passado o país investiu na geração de eletricidade através de fontes renováveis, tais como hídrica, solar e eólica, ao mesmo tempo que reduziu o consumo de carvão.

Nos países que integram a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), em sua maioria europeus, a agência citou os esforços recentes para promover o crescimento sustentável, o que também incluiu o investimento em eficiência energética e energia renovável.

Os resultados foram considerados “encorajadores” pela agência, mas isto não representa, segundo ela, um motivo para “complacência”. E, no comunicado do órgão, o diretor Fatih Birol acrescentou:

“Isto me dá mais esperança de que a Humanidade será capaz de trabalhar em conjunto para combater as mudanças climáticas, a ameaça mais importante que enfrentamos hoje”.

© Copyright Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

 

Rebanhos e queima de biomassa contribuem para emissão de metano na Amazônia

O manejo de rebanhos é responsável por uma média de 19% das emissões de gás metano (CH4), o segundo principal gás causador de efeito estufa, e a queima de biomassa contribui com 8% a 10% da emissão na região da Amazônia brasileira. A estimativa é da bióloga Luana Basso, em pesquisa para o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), entidade associada à USP.

“As coletas de ar aconteceram em quatro localidades dentro da floresta, próximos às cidades de Santarém (PA), Alta Floresta (MT), Rio Branco (AC) e Tabatinga (AM)”, disse. O objetivo do trabalho foi observar, em um período de quatro anos (2010-2013), como a região amazônica contribui para a emissão do metano, além de identificar quais são os processos envolvidos nessas emissões.

A pesquisadora destaca que “uma elevação na taxa de emissão de metano contribuiria para o aumento das alterações climáticas que observamos, como períodos de maior seca ou períodos em que as chuvas estão mais intensas”. Na avaliação de Luana, “o aumento do gás contribuiria para a ocorrência desses eventos extremos”.

Um avião de pequeno porte fez a coleta das amostras, desde aproximadamente 300 metros (m) da superfície até 4,5 quilômetros (km). Um plano de voo foi preparado previamente para o piloto, indicando os locais e as diversas altitudes, nas quais foram amostras de ar foram coletadas.

O resultado é que a Amazônia emite em torno de 25,4 teragramas (tg) por ano. “Essa emissão representa de 4% a 5% da emissão global de metano, de acordo com estimativa do último relatório do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas]”, explica a pesquisadora.

A pesquisa buscou ainda identificar as contribuições das atividades humanas para a emissão do gás na região. “Atualmente, em torno de 60% das emissões do mundo, de metano, são de origem antrópica, ou seja, estão relacionadas a atividades humanas, segundo o último relatório do IPCC e da Organização Mundial de Meteorologia”,  ressaltou.

“Dessa emissão, consegui estimar quanto vem da queima de biomassa, que é uma média de 8% a 10% e 19% para as emissões de fermentação entérica [processo de digestão dos animais ruminantes que gera metano] e manejo dos dejetos dos rebanhos”. O restante da emissão do gás vem de outras diversas fontes, como de áreas alagáveis, de rios e da decomposição de matérias orgânicas no solo, acrescentou a pesquisadora.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) define “biomassa” como “todo recurso renovável que provêm de matéria orgânica – de origem vegetal ou animal”. Entre as principais fontes de biomassa, o ministério destaca aquela de origem vegetal, como a madeira, e outra vinda de cultivos agrícolas, como o bagaço e a palha de cana.

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Janeiro foi o segundo mês mais quente já registrado

  • Ocupada pelos colonizadores ingleses no século 17, a Smith Island, em Maryland, EUA, está desaparecendo em decorrência do aquecimento global

O mês de janeiro  de 2015 foi o segundo mais quente já registrado, segundo uma análise de médias globais de temperaturas nas superfícies do mar e da terra, informou o governo americano nesta quinta-feira. O informe mensal de cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) foi publicado após o anúncio, feito pela agência no mês passado, de que 2014 tinha sido o ano mais quente da história.

“A média global de temperaturas nas superfícies da terra e do mar para janeiro de 2015 foi a segunda mais alta para o mês desde que os registros começaram, em 1880”, acrescentou o informe. “As temperaturas da superfície da terra também foram as segundas mais altas para o mês, enquanto as temperaturas na superfície do oceano foram as terceiras mais altas da história”, prosseguiu.

O janeiro mais quente foi registrado em 2007, com temperaturas médias globais na terra e no mar 0,86º C acima da média do século 20. Este janeiro esteve 0,77º C acima da média do século 20, acrescentou o informe da NOAA.

© Agência AFP